sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Índice de Sustentabilidade Empresarial e a Comunicação


O ISE – Índice de Sustentabilidade da BM&FBovespa é composto por empresas que se detacam em sustentabilidade a longo prazo. Ele tem como objetivo ser referência do desempenho das ações de empresas de capital aberto, estimular boas práticas, ser replicável e ser percebido como fonte de informações com credibilidade. 

O ISE é uma ferramenta para análise comparativa da performance das empresas listadas na BM&FBovespa sob o aspecto da sustentabilidade corporativa, baseada em eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa. Também amplia o entendimento sobre empresas e grupos comprometidos com a sustentabilidade, diferenciando-os em termos de qualidade, nível de compromisso com o desenvolvimento sustentável, equidade, transparência e prestação de contas, natureza do produto, além do desempenho empresarial nas dimensões econômico-financeira, social, ambiental e de mudanças climáticas. 

Sendo a resposta dos questionários um processo que envolve toda a organização, é imprescindível que a área de comunicação interna esteja por dentro deste processo, entendendo a sua importância, para que possa desenvolver tanto uma comunicação eficaz quanto participar do processo de engajamento interno. 

Comunicação coportativa também precisa estar alinhada com os objetivos estratégicos da organização em compor a carteira do ISE, para assim poder fazer uma comunicação coerente. Assim como os Relatórios de Sustentabilidade, estes questionários também são grande fonte de informação sobre a sustentabilidade da empresa e podem contribuir para o processo de transparência. Se bem entendidas e trabalhadas, o ISE é uma ótima ferramenta para melhoria da gestão em sustentabilidade, bem como fonte de informações relevantes para trabalhar a comunicação estratégica com todos os stakeholders. 

Conheça a Carteira 2012 que acaba de ser divulgada e veja a resposta de algumas empresas no site do ISE.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Dilemas em sustentabilidade e os impactos na tomada de decisão


São muitos os fatores que levam os executivos de uma grande empresa a decidirem por um caminho ou outro, mas invariavelmente o custo benefício sempre está envolvido. Outros fatores que podem influenciar nas decisões são: conhecimento e entendimento sobre o tema em pauta, qualidade da informação recebida, percepções pessoais, interesses de longo prazo, entre outros. 

Visto que a sustentabilidade é, ao mesmo tempo, um tema recente no mundo empresarial, pouco entendível pelos executivos, com grande dificuldade de mensuração de resultados a curto prazo e que engloba diversas frentes e múltiplos stakeholders, os profissionais que atuam nesta área precisam ter um elevado conhecimento sobre as técnicas de negociação, pois o conflito está no cerne de todas os projetos. 

São 4 os dilemas que cercam a tomada de decisões em sustentabilidade: 

1. Segundo a heurística da disponibilidade, a avaliação que um indivíduo faz sobre determinado assunto é baseada nas informações que este guarda em sua memória. Neste caso, assuntos frequentes e mais recentes são lembrados de maneira mais representativa e imediata. Como sabemos, o tema sustentabilidade não é facilmente compreendido pelos profissionais que não atuam diretamente na área, incluindo os executivos tomadores de decisão. Por isso, é primordial estabelecer conexões que façam com que esses executivos internalizem os conceitos de forma ampla (pelo viés econômico, social, cultural e ambiental) e façam o vínculo com o negócio. 
2. Segundo a teoria da perspectiva, o tomador de decisão tende a dar mais importância para as possibilidades de perda do que aos ganhos que um projeto pode proporcionar. Por isso, a sustentabilidade precisa ser vista como área estratégica dentro das empresas, caso contrário torna-se impossível elevar o nível dos projetos, vinculando as ações com o negócio e envolvendo as áreas de maior relevância e rentabilidade para as organizações, ou seja, aquelas que geram lucro. Se isso não ocorrer, a área de sustentabilidade ficará restrita a projetos paliativos, dissociados do negócio e com pouco valor para a empresa. 
3. Justamente pelo fato da sustentabilidade envolver diversas frentes (econômica, social, cultural e ambiental) e estar relacionada com stakeholders estratégicos (público interno, investidores, clientes, comunidade, entre outros), com necessidades e objetivos diferentes frente a empresa, o processo de decisão tenderá sempre para o lado que tiver o melhor custo benefício, que normalmente passa pelo viés do lucro. 
4. A racionalidade do processo decisório também é um dilema em sustentabilidade. De acordo com Herbert Simon: “1. Cada julgamento pessoal é delimitado em sua racionalidade; 2. As pessoas tentam tomar decisões racionais, mas, muitas vezes, não o fazem devido as suas limitações cognitivas e pela assimetria da informação; e 3. A maioria das pessoas é apenas parcialmente racional, e que é, de fato, emocional-irracional no restante de suas ações”. A racionalidade em uma empresa está centrada no lucro. Por isso, é importante se cercar de métricas que demonstrem o quanto o investimento em sustentabilidade não só garante rentabilidade como também diminui custos desnecessários. 

Por todos esses dilemas, é importante que os projetos em sustentabilidade sejam finamente estruturados e recheados de argumentos que levem o tomador de decisão a perceber mais ganhos do que perdas. Avaliações de impactos financeiros que incluam a perspectiva socioambiental, retornos previstos, riscos da não realização, entre outros, são pontos fundamentais a serem levantados e disponibilizados para o tomador de decisão. 

As etapas de preparação e criação de valor para a tomada de decisão são de grande importância quando tratamos de sustentabilidade. Buscar argumentos voltados para o negócio, que abonem a proposta e gerem valor para a tomada de decisão, envolve um trabalho minucioso. Suposições errôneas, argumentos mal estruturados, dados pouco confiáveis e valores irreais na proposta de orçamentos, são itens que podem levar a não aprovação de um projeto. Por isso, é preciso: 
  • Garantir a interdisciplinaridade na condução das ações, de forma que todas as áreas enxerguem o seu papel no processo de sustentabilidade empresarial, aumentando a visibilidade e importância das ações perante o público interno;
  • Gerar informações consistentes, com real valor para o executivo, e de forma constante. Para que ele seja sucessivamente exposto aos conceitos que ainda não compreende de maneira integral.
  • Desenvolver mecanismos para auferir valor real (monetário) as ações de sustentabilidade e que estejam atrelados ao negócio da empresa.
  • Definir o que é negociável e o que é imprescindível para o sucesso do projeto;
Ferramentas e metodologias para a tomada de decisão podem facilitar o processo. O uso de softwares que armazenem indicadores para a comparação de dados relevantes ou que ofereçam informações detalhadas sobre determinados públicos são essenciais. Metodologias de engajamento de stakeholders, também podem ajudar a antever situações e são fonte de informação confiáveis e detalhadas sobre as necessidades dos públicos prioritários. Todos esses mecanismos facilitam a construção de uma rotina para munir os executivos com com informações relevantes para a tomada de decisão, gerando credibilidade e inserindo a área na estratégia do negócio. 

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Guia Exame de Sustentabilidade 2012

O Guia Exame de Sustentabilidade é uma publicação anual, que destaca as empresas modelo em responsabilidade social corporativa – trata-se do maior e mais respeitado levantamento sobre o tema feito no Brasil.

A publicação já está em sua 13º edição e qualquer empresa pode participar do processo de seleção, seja ela privada ou pública, de capital aberto ou fechado, grande, média ou pequena.

Para participar basta se inscrever gratuitamente e preencher um questionário dentro do prazo estabelecido. O Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (GVCes), é o responsável pelos questionários que são divididos em quatro partes, somando cerca de 140 perguntas. A primeira aborda questões sobre compromisso, transparência e governança corporativa. As demais tratam das dimensões econômico-financeira, social e ambiental.

Todas as empresas participantes recebem um relatório com as notas apresentadas por dimensão, critérios e indicadores, assim como as médias de todo o universo pesquisado. Assim como o Relatório de Sustentabilidade, o ISE e os Indicadores Ethos, é uma ótima ferramenta para avaliar a estratégia de sustentabilidade da sua companhia, definir melhorias e correções de rumo.

Conheça as 21 empresas brasileiras que são exemplo de responsabilidade socioambiental, segundo a nova edição do Guia EXAME de Sustentabilidade

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Toda ideia sustentável tem o seu Start

A Net Impact Porto Alegre, organização cuja missão é inspirar e educar indivíduos, usando o conhecimento dos negócios para criar um mundo justo e sustentável, dá exemplo na gestão de eventos sustentáveis. O título da postagem é o slogan utilizado para definir um dos mais bem conceituados eventos sobre sustentabilidade do Rio Grande do Sul, o Start.

Em agosto participei de uma reunião da Net Impact Porto Alegre onde me foi apresentado uma proposta interessante, produzir o Start 2012 não apenas usando a temática sustentabilidade mas fazendo com que ele também fosse sustentável. Com o recente lançamento da ISO 20121, que trata da gestão sustentável de eventos, o grupo se sentiu desafiado, mas ao mesmo tempo comprou a briga. 

Com o apoio da Casa Mundo Brasil o desafio foi colocado em prática e o Start 2012, cujo tema era “Como empreender de forma sustentável”, se tornou o primeiro evento realizado no Rio Grande do Sul de acordo com as recomendações da ISO 20121:2012. 

O objetivo do Start era mostrar aos jovens (e aos jovens de espírito) que pequenas ideias são capazes de mudar o mundo. Ações inovadoras, lucrativas, que geram bem estar social e consciência ambiental foram a base para a escolha dos convidados: 
  • Zumbi de Cubatão – Líder comunitário, fundador e presidente da ONG “Cubatão de Bem com o Mangue”;
  • Lito Rodriguez – Publicitário e sócio-fundador da DryWash – pioneira mundial em lavagem de veículos a seco;
  • Marcio Jappe – Administrador, atua como consultor em gestão, estratégia e sustentabilidade;
  • Cid Alledi (mediador) – Professor de Ética nos Negócios, Responsabilidade Social e Sustentabilidade na UFRJ, UNICAMP e UniEthos e sócio da Núcleo Ético. 
A ideia não era conhecer mais um case empresarial de sucesso. Mas sim discutir o empreendedorismo sustentável através de diálogos francos, num bate papo entre palestrantes e o público, sobre histórias inspiradoras e com muita sensibilidade e emoção. E foi justamente isso o que aconteceu no dia 08 de novembro, no Nós Coworking. 

Pensando sobre todo o processo de concepção do evento posso dizer que o Start foi uma grande experiência de co-criação, onde a sustentabilidade foi tratada de uma maneira inteligível e competente. Foi um evento para provar que unir criatividade, ideias novas, vontade e pessoas idealistas não é utopia e que o resultado pode ser extraordinário. Sempre acreditei na construção colaborativa e em de resultados de duplo valor. O Start me proporcionou colocar minhas crenças em prática. 

Veja abaixo quais foram as ações que elevaram o nível do Start e deram um exemplo de evento sustentável:


terça-feira, 6 de novembro de 2012

Política Nacional de Mobilidade Urbana

A lei estabelece que municípios com população acima de 20 mil habitantes desenvolvam seu plano de mobilidade em até três anos. Caso não o façam, as cidades estão sujeitas a não receber mais verba da União para a mobilidade urbana. “A questão da mobilidade é uma das principais agendas que temos no ministério, em virtude exatamente da grande problemática que é as pessoas terem uma mobilidade com segurança, conforto e rapidez. Esse é o grande desafio que temos de vencer, principalmente nas regiões metropolitanas”, explica o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, à EBC. De acordo com o ministro, serão investidos R$ 32 bilhões na área nos próximos três anos, a partir de uma série de ações que devem ser anunciadas pela presidente Dilma Rousseff.

Principais pontos da Política Nacional de Mobilidade Urbana:
  • Prioridade dos modos de transporte não motorizados e dos serviços públicos coletivos sobre o transporte individual motorizado;
  • Restrição e controle de acesso e circulação, permanente ou temporário, de veículos motorizados em locais e horários predeterminados;
  • Estabelecimento de padrões de emissão de poluentes para locais e horários determinados, podendo condicionar o acesso e a circulação aos espaços urbanos sob controle;
  • Possibilidade de cobrança pela utilização da infraestrutura urbana, para desestimular o uso de determinados modos e serviços de mobilidade. A receita deverá ser aplicada exclusivamente em infraestrutura urbana destinada ao transporte público coletivo e ao transporte não motorizado e no financiamento do subsídio público da tarifa de transporte público;
  • Dedicação de espaço exclusivo nas vias públicas ao transporte público coletivo e a modos de transporte não motorizados;
  • É direito dos usuários participar do planejamento, da fiscalização e da avaliação da política local de mobilidade urbana.

Responsabilidade de todos

Como o próprio texto da nova lei ressalta, a responsabilidade de cobrar ações do governo para transformar a PNMU em realidade é da sociedade civil. Por isso, é fundamental que a população se organize junto a organizações civis por meio de documentos formais, que exijam o cumprimento da lei que vai melhorar mobilidade urbana das cidades brasileiras.

Um dos eixos centrais do documento é a questão do transporte. O capítulo “Melhor mobilidade, menos tráfego” apresenta uma série de critérios que devem ser levados em conta para servir melhor a população. Os critérios de avaliação levam em conta desde a porcentagem de corredores exclusivos para os ônibus sobre o total de km de ruas da cidade, até o número de ciclovias e ações de prevenção a acidentes no trânsito.

Conheça o texto da lei na íntegra.

Fontes: Rede Brasil Atual e Agência Brasil